Sempre escrevi muito e sem parar. Mas de uns tempos pra cá, não me pego com a urgência da escrita, ainda que mantenha o gosto, me falta a vontade. Talvez porque a fotografia neste momento, ocupe um espaço maior em meu raciocínio e também nos meus atos.
É engraçado como aprendemos sempre, e constantemente. Nesta transição do jornalismo para fotografia, vi que preciso de freio. E frear, agir com calma, não combina muito com as pessoas hoje. Só que se faz necessário, para quem fotografa, porque temos a obrigação de OLHAR, e esse olhar precisa ser completo e certeiro.
Não se vive mais com calma, não se saboreia mais a espera. A era tecnológica associa a espera ao desperdício, ocasionando em quem espera um sentimento de inutilidade e angústia. Temos tudo instantâneo, de sopa a comunicação, e elaborar demoradamente aquilo que será entregue ao outro ou consumido. Na fotografia, a cultura do imediatismo não traz grandes resultados, e isso me encanta. Estou do lado contrário da pista, enquanto todos aceleram, eu freio, e esse breque me faz aprender, porque ter tempo, para olhar, é hoje um privilégio. Ótima semana!